Como a pandemia mudou os nossos hábitos alimentares e os objetivos de perda de peso
Foi notório um aumento no consumo de snacks salgados e refeições pré-feitas, mas não só.
A pandemia de Covid-19 veio alterar completamente as nossas vidas e teve impacto em tudo, desde como nos relacionamos até ao tipo de alimentação que temos. Após o primeiro confinamento, o “Inquérito nacional sobre hábitos alimentares e atividade física” da Direção-Geral da Saúde (DGS) dava conta de uma mudança nos portugueses, que se deverá refletir novamente — se é que alguma vez voltou ao que era habitual.
“São já alguns estudos realizados em diferentes países, que demonstram que a pandemia mudou os hábitos alimentares de muitas pessoas, e infelizmente para pior, uma vez que estes referem a adoção de uma alimentação menos saudável, com maior ingestão de comida e de mais refeições ao longo do dia, associadas ao aumento do apetite”, diz a nutricionista Mafalda Rodrigues de Almeida, autora do blogue NiT “Loveat”.
A especialista destaca o estudo da DGS, em maio do ano passado, no qual 45 por cento dos inquiridos assumiram que mudaram a alimentação na pandemia. Cerca 42 por cento dizem que foi pior e mais de metade diminuiu a atividade física.
“Essas mudanças foram para um padrão alimentar menos saudável, caracterizado essencialmente pelo aumento do consumo de snacks salgados, refeições pré-preparadas, refrigerantes e comida ‘take-away’. Simultaneamente, houve uma diminuição do consumo de fruta e hortícolas”, explica.
Verificou-se que 31 por cento passou a consumir mais snacks doces e 31,4 por cento “a petiscar mais frequentemente”, enquanto 29,7 por cento aumentaram o consumo de fruta e 21 por cento de hortícolas. Além disso, 30,1 por cento alterou o número de refeições diárias.
Sobre as razões para isto acontecer, 34,3 por cento justificou com as alterações da frequência de compras e 10,6 por cento falou da mudança do local onde foi adquirir os alimentos. As alterações do horário de trabalho também acabaram por ajudar (17,6 por cento). Houve também quem mencionasse a alteração do apetite (19,3 por cento) e o stress (18,6 por cento).
“Importa também realçar que a mudança dos padrões alimentares, durante a pandemia e o isolamento social, pode influenciar os objetivos para a perda de peso”, explica a especialista.
Mafalda Rodrigues de Almeida diz que há, efetivamente, um maior desafio em controlar a ingestão alimentar, não só devido ao aumento do tempo passado em casa, mas porque emoções negativas, como o tédio e a ansiedade, que se fazem sentir durante esta altura atípica, “podem aumentar o desejo pela comida, dificultando o cumprimento dos objetivos anteriormente traçados”.
Fonte: NIT



